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A Importância da Educação Infantil - 05/2014.

É preciso sensibilizar as famílias para a importância da educação infantil.

*Por Tania Fontolan (artigo publicado em 19/03/2014 no jornal O Globo)
Um estudo recente da Fundação Getulio Vargas ** mostrou a importância da Educação Infantil no desenvolvimento pleno dos indivíduos. É nos primeiros anos de vida que se da a maior parte do desenvolvimento cerebral e se estrutura a capacidade de melhor aprendizagem do que está por vir (habilidade que produz novas habilidades).
O impacto dessa constatação, antes já apontada pela psicologia da aprendizagem e pela neurociência, se estende não só pelas trajetórias individuais – quem teve à formação precoce tem mais chances em sua vida futura -, como também para a própria sociedade. Nesse sentido, o estudo destaca “investimentos que ocorrem entra os três e quatro anos de idade têm uma taxa de retorno de 17% ao ano, enquanto alguns programas de recuperação tardia apresentam retornos que são nulos e muitas vezes negativos (custo maior do que o beneficio)”.
Todos nós educadores sabemos que há paradigma forte em muitas famílias que avaliam que apenas os anos finais de formação (Ensino Médio) merecem mais investimento. Ou seja, é forte a idéia de que é possível corrigir mais tarde as lacunas que foram sendo acumulados ao longo da formação. Ou ainda – mais grave – que a Educação Infantil é um tempo “para brincar”, sem nenhum projeto ou estrutura programados para o desenvolvimento necessário desta faixa etária.
Concretamente, as famílias e os não especialistas em educação não têm necessariamente informação qualificada sobre a importância dessa questão. Cabe, portanto, aos educadores de escolas publicas e privadas atuarem fortemente junto às comunidades, desmistificando o equívoco da melhor formação tardia e esclarecendo a importância da Educação Infantil e do desenvolvimento cognitivo das crianças.
Além dessa ampla campanha de esclarecimento (feita através de reuniões de pais e divulgação através dos meios eficazes em casa localidade), as escolas precisam se organizar de modo a traduzir em ações concretas esta importância. Relatórios da presença da criança e registros de desenvolvimento ao longo de sua permanência na Educação Infantil, devolutivas claras e didáticas claras e didáticas aos pais a respeito do que é observado e, principalmente, das finalidades de cada atividade desenvolvida (relacionadas ao desenvolvimento sensório-motor, cognitivo e de socialização (vão, certamente, alterar o caldo de cultura que valoriza mais a formação das crianças e adolescentes nos anos finais de escolaridade.
As autoridades federais têm avançado nesse aspecto. Lei aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada pela presidente em abril de 2013, que passou a vigorar em 2014, estabelece, entre outras questões, que “é dever dos pais ou responsáveis efetuar a matrícula das crianças na educação básica a partir dos 4 anos de idade” sob pena de responsabilização dos pais. Já as escolas precisam assegurar uma carga horária mínima anual de 800 horas, distribuída por um mínimode 200 dias de trabalho Educacional, e providenciar um controle de frequência, exigida a frequência mínima de 60% (sessenta por cento) do total das horas. Ou seja, definitivamente a Educação Infantil passa a ser normalizada como etapa regular da formação básica e não como atividade aleatória, mas ligada à brincadeira e os cuidados pessoais.
Fazer esta letra de lei ser incorporada como um valor pelas famílias pode mudar o futuro de milhões, e do país como um todo, por melhor! Todos os profissionais ligados à educação tem que assumir seu papel neste processo.

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